Vantagens e desvantagens do processo de IPO: o que considerar antes de abrir o capital?

Vantagens e desvantagens do processo de IPO são temas que costumam gerar muitas dúvidas entre empresários e investidores iniciantes. Afinal, abrir o capital de uma empresa é uma decisão estratégica com potencial de transformar o negócio.

O processo de abertura de capital IPO envolve diversas etapas, desde o planejamento até a estreia na bolsa de valores, e pode representar grandes oportunidades de crescimento. No entanto, também traz riscos e desafios que exigem análise criteriosa das partes envolvidas.

Neste conteúdo, você vai entender de forma clara e objetiva o que é uma oferta pública inicial, como funciona, quais são os benefícios, os principais riscos e o que empresas em IPO devem considerar antes de dar esse passo decisivo. 

Vamos abordar desde o funcionamento básico da oferta pública de ações até exemplos práticos de sucesso e casos de insucesso no mercado financeiro. Acompanhe!

O que é o processo de IPO?

IPO é a sigla para Initial Public Offering, ou em português, Oferta Pública Inicial. Trata-se da primeira vez que uma empresa oferece suas ações ao público para negociação em uma bolsa de valores. 

A principal motivação para abrir capital da empresa é captar recursos para investir em expansão, inovação, reduzir dívidas ou aumentar sua visibilidade no mercado.

O processo de abertura de capital IPO não é simples — ele exige planejamento, transparência e conformidade com uma série de exigências legais e regulatórias. 

Desde a preparação dos documentos financeiros até a definição do preço das ações, cada etapa precisa ser conduzida com cuidado para garantir a confiança dos investidores e o sucesso da operação.

Além da necessidade do planejamento, as empresas que decidem abrir o seu capital precisam estar cientes e se preparar para os possíveis desafios que serão enfrentados. Inclusive, tendo ciência de que as informações sobre a empresa se tornarão abertas ao público.  

Em resumo, como funciona o processo de abertura da oferta pública inicial?

Planejamento e estruturação

Tudo começa com a decisão estratégica dos sócios de abrir o capital. Nessa fase, a empresa realiza uma reestruturação interna, contrata bancos coordenadores, consultores jurídicos, auditores e analistas financeiros. Empresas que decidem ofertar ações na bolsa de valores precisam planejar todos os passos que serão dados para cumprir as exigências e iniciar o processo de IPO, inclusive, listando os possíveis riscos pelos quais a empresa se expõe durante a operação.

Registro, regulação e listagem

É necessário preparar e registrar o prospecto da oferta junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), contendo informações detalhadas sobre a saúde financeira da empresa, sua governança corporativa, riscos e projeções. Nessa etapa, a empresa é listada como companhia aberta para as ações possam ser negociadas pelos investidores.

Precificação

Com base em estudos de mercado e na demanda dos investidores, é definido o preço por ação. Essa etapa é sensível e estratégica, pois impacta diretamente na captação de recursos. Aqui, são avaliadas as demandas, as condições do mercado, concorrência e confiança dos investidores.

Prospecto 

O prospecto é um dos documentos mais importantes do processo de abertura do IPO. Nele, são reunidas todas as informações que serão apresentadas aos investidores em potencial. O documento reúne os planos da companhia, dados detalhados da empresa, as condições da operação e, inclusive, dados sobre a própria oferta. 

Estreia na bolsa de valores

Por fim, ocorre a estreia na bolsa de valores, o tão aguardado IPO, momento em que as ações começam a ser negociadas no mercado. A partir daí, a empresa passa a ser uma companhia de capital aberto.

Vantagens do processo de IPO para as empresas

Abrir o capital pode representar uma virada de chave para empresas que desejam crescer. O processo oferece benefícios que vão além da aquisição de recursos. Abaixo, listamos as principais vantagens competitivas do IPO:

Acesso a capital de forma ampliada: O IPO permite que a empresa capte recursos significativos para financiar seus projetos, sem necessidade de contrair dívidas.

Valorização da marca e visibilidade: A abertura de capital melhora a imagem da empresa diante do mercado, atraindo investidores, parceiros e novos clientes.

Liquidez para os sócios: Sócios e investidores iniciais podem, ao longo do tempo, vender parte de suas ações e realizar lucro.

Governança e transparência: O processo exige maior profissionalização da gestão, o que contribui para práticas mais sólidas e confiáveis.

Desvantagens e riscos do processo de IPO

Apesar dos inúmeros benefícios para empresas que abrem as ações para investidores, existem diversos riscos do IPO que precisam ser considerados com cautela pelas organizações, como por exemplo:

Alto custo do processo: A estruturação de uma oferta pública de ações demanda altos investimentos com auditorias, consultorias, taxas e adequações legais.

Perda de controle: Com a entrada de novos acionistas, decisões estratégicas passam a ser compartilhadas, o que pode gerar conflitos de interesse.

Exposição ao mercado: A empresa passa a ser constantemente analisada por investidores, analistas e pela mídia, o que pode trazer pressão excessiva.

Volatilidade nas ações: O valor das ações pode oscilar bastante, influenciado por fatores internos e externos, afetando a imagem e a estratégia da empresa.

Riscos elevados durante e após o IPO: A abertura de capital para uma empresa receber novos sócios ou investidores é longo e delicado. As pessoas envolvidas podem se expor a dificuldades que impactam diretamente o funcionamento da empresa e, por ventura, levar a processos judiciais e bloqueio de bens.

O que considerar antes de abrir capital?

Antes de partir para o IPO, é essencial que as empresas em IPO avaliem diversos fatores:

● Maturidade do negócio: a empresa precisa ter resultados consistentes, processos estruturados e uma visão clara de longo prazo;

● Momento do mercado: o timing do IPO pode fazer diferença. Um mercado aquecido é mais propício para captar bons valores;

● Estrutura de governança: é necessário garantir práticas de transparência, auditoria e prestação de contas eficazes;

● Planejamento financeiro: todos os custos envolvidos devem ser calculados e comparados com os potenciais ganhos para entender se a estratégia realmente compensa;

● Contratação de especialistas e seguros para avaliar e mitigar prejuízos financeiros e de imagem da marca.

Caso de sucesso: XP Inc.

A XP Inc. fez sua estreia na bolsa de valores em 2019, na Nasdaq, com uma das maiores ofertas já feitas por uma empresa brasileira. O IPO permitiu à empresa expandir suas operações e reforçar sua posição no mercado financeiro.

Caso de insucesso: Enjoei

A plataforma de e-commerce Enjoei abriu capital em 2020, mas enfrentou forte desvalorização nos anos seguintes. O modelo de negócios e a rentabilidade foram duramente questionados pelos investidores.

Esses exemplos mostram que o IPO pode ser altamente benéfico quando bem planejado — mas também pode gerar perdas significativas quando executado sem a preparação necessária.

Afinal, vale a pena abrir o capital da empresa?

Embora o IPO seja uma excelente oportunidade para acelerar o crescimento e fortalecer a imagem da empresa, ele não é uma solução mágica — e tampouco indicado para todas as companhias. 

As vantagens e desvantagens do processo de IPO precisam ser cuidadosamente ponderadas, considerando os objetivos estratégicos da organização, sua estrutura de gestão, capacidade financeira e o momento de mercado.

Empresas que desejam abrir capital da empresa devem buscar orientação especializada e garantir que o processo seja conduzido com máxima transparência e segurança. 

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