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Epilepsia – como ajudar alguém durante uma crise

01 de fevereiro de 2022
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A epilepsia é uma doença neurológica que atinge o sistema nervoso central, segundo a Organização Pan-americana de Saúde (PAHO), quase 50 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem com essa enfermidade. É caracterizada por uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, e se expressa por crises epilépticas (convulsões) que se repetem em intervalos variáveis. Essas crises são as manifestações clínicas de uma descarga anormal de neurônios, que são as células que compõem o cérebro. A epilepsia tem consequências neurológicas, cognitivas, psicológicas e sociais para os indivíduos.

Essa condição pode afetar qualquer pessoa em qualquer idade, com picos entre crianças e pessoas com mais de 60 anos. As causas podem ser as mais variadas, em crianças, por exemplo, lesões gestacionais como a falta de oxigênio no cérebro durante o parto e as alterações metabólicas que existem desde o nascimento são causas frequentes de epilepsia. Já em idosos e adultos, por outro lado, as doenças cerebrovasculares (acidente vascular cerebral, ou AVC), bem como os tumores cerebrais, meningite, abuso de bebidas alcoólicas e drogas, traumatismo craniano e histórico familiar, estão entre as causas mais frequentes.

Existem vários tipos de crises epiléticas, estas podem se manifestar de diferentes maneiras. Um dos tipos mais comuns e mais conhecido pelas pessoas é a crise convulsiva, também popularmente identificada como “ataque epiléptico”, ocasionadas pela atividade anormal dos impulsos elétricos cerebrais, que pode afetar todas as funções do corpo que são coordenadas pelo cérebro. Normalmente, as crises convulsivas duram de 30 segundos a 5 minutos, porém existem casos em que podem permanecer por até meia hora e nessas situações pode ocorrer dano cerebral. Esse tipo de crise é facilmente identificado, pois o paciente pode apresentar contrações musculares em todo corpo, cair ao chão, rigidez muscular, respiração ofegante, mordedura de língua, salivação intensa (sialorréia), formigamento das pernas e dos braços, e às vezes, perda de urina e de fezes.

Em crianças é bastante comum a manifestação de crises de ausência, essas crises são caracterizadas por uma breve parada da atividade que a criança estava fazendo, às vezes associadas a piscamentos ou movimentos automáticos das mãos. As crises de ausência podem ocorrer muitas vezes ao dia.

Outras crises, entretanto, podem não ser reconhecidas por pacientes, seus familiares e até mesmo por médicos e professores, pois apresentam manifestações leves e de curta duração, como por exemplo, alterações discretas de comportamento, olhar fixo (perde contato com o meio por alguns segundos) e movimentos automáticos (a pessoa pode ficar mastigando, falando de modo incompreensível ou andando sem direção definida). Em geral, o indivíduo não se recorda do que aconteceu quando a crise termina. Esta é chamada de crise parcial complexa.

O diagnóstico da epilepsia é feito pelo neurologista, através da avaliação dos sintomas apresentados pelo paciente durante uma crise convulsiva, do histórico familiar, idade do início dos sintomas, histórico clínico e a realização do exame físico juntamente com exames complementares importantes para auxiliar no diagnóstico como por exemplo, testes de comportamento, habilidades motoras e função mental, eletroencefalograma, tomografia de crânio e a ressonância magnética do cérebro. O diagnóstico correto permite a escolha adequada do tratamento.

O tratamento das epilepsias é indicado pelo neurologista e feito através de medicamentos específicos, denominados de anticonvulsivantes ou antiepiléticos que evitam as descargas elétricas cerebrais anormais, que são a origem das crises convulsivas. Segundo o Ministério da Saúde, acredita-se que pelo menos 25% dos pacientes com epilepsia no Brasil são portadores em estágios mais graves, ou seja, com necessidade do uso de medicamentos por toda a vida, sendo as crises frequentemente incontroláveis e então candidatos a intervenção cirúrgica. A maioria dos pacientes têm suas crises controladas com a realização do tratamento clínico, podendo ter uma vida normal, com pouca ou nenhuma limitação.

Outras opções de tratamento podem ser consideradas como uma opção para os pacientes com epilepsia de difícil controle, como o uso da dieta cetogênica, principalmente em crianças, e o tratamento cirúrgico. A neuromodulação, com a estimulação do cérebro ou de nervos periféricos, e o mais recentemente utilizado, o canabidiol – um dos compostos da folha da maconha – que passou a ser utilizado no tratamento, com bons resultados; é importante destacar que o canabidiol não tem qualquer efeito psicoativo, sendo seu uso seguro em adultos e crianças.

Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (PAHO), 25% dos casos de epilepsias podem ser prevenidos, principalmente aqueles relacionados as causas por falta de oxigênio no cérebro durante o parto e doenças cerebrovasculares. Sendo assim, o acompanhamento pré-natal adequado e uma boa assistência ao parto certamente podem colaborar para reduzir o número de casos de epilepsia relacionados aos problemas do parto. Da mesma forma, o controle dos fatores de risco para doenças cerebrovasculares, como a hipertensão arterial e o diabetes, levam a uma redu​ção no número de acidentes vasculares cerebrais e, portanto, dos casos de epilepsia decorrentes dessa enfermidade.

As crises epiléticas podem ocorrer a qualquer hora e em qualquer lugar, de maneira imprevisível! E duram, em média, entre 2 a 5 minutos. É fundamental saber socorrer alguém durante esse momento. Confira como se portar diante de uma crise:

  1. Em primeiríssimo lugar, mantenha a calma!
  2. Coloque a pessoa deitada de lado e com a cabeça elevada, que é conhecida por posição lateral de segurança, para facilitar a respiração;
  3. Remova objetos perigosos próximos com os quais a pessoa possa se ferir;
  4. Coloque um apoio em baixo da cabeça, como um travesseiro ou casaco dobrado, para prevenir que o indivíduo bata a cabeça no chão e cause algum traumatismo;
  5. Não introduza sua mão e nem objetos na boca do paciente, pois isso pode asfixia-lo e você correr o risco de levar uma mordida;
  6. Afrouxe as roupas ou acessórios muito apertados, como cintos, gravatas ou camisas;
  7. Não segure os braços e as pernas do paciente, para evitar roturas musculares ou fraturas nem se machucar devido aos movimentos descontrolados;
  8. Não dê nada para a pessoa comer ou beber, pois o paciente pode se asfixiar;
  9. Caso o paciente esteja babando, mantenha-o deitado com a cabeça voltada para o lado, evitando que ele se sufoque com a própria saliva;
  10. Aguarde a respiração do paciente se normalizar e se ele quiser se levantar o ampare nesse momento;
  11. Conte o tempo que dura a crise de epilepsia;
  12. Chame uma ambulância se a crise durar muito tempo, for seguida por outras ou caso a pessoa não recupere a consciência.

REFERÊNCIAS

https://bvsms.saude.gov.br/epilepsia-6/

https://www.paho.org/pt/noticias/20-6-2019-oms-destaca-escassez-tratamento-para-epilepsia-em-paises-baixa-renda

https://www.einstein.br/doencas-sintomas/epilepsia

https://www.tuasaude.com/epilepsia/

https://www.tuasaude.com/o-que-fazer-na-crise-de-epilepsia/

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